Parentalidade define-se como a ação de “tomar conta” em que ambos os progenitores, ou o pai ou a mãe, assumem responsabilidades e comportamentos para otimizar o crescimento e estimular o desenvolvimento da criança respeitando a sua integridade enquanto ser único e independente.
Este apoio deve ser centrado em fatores protetores e considerar as necessidades da criança em cada uma das suas fases de desenvolvimento, particularmente até aos 3 anos de idade, período de maior vulnerabilidade e de profunda dependência da criança face aos seus cuidadores.
Na psicologia positiva, o positivismo e as emoções positivas são a base para a aquisição de algumas das competências estruturantes da personalidade como a resistência ou a resiliência. A valorização das emoções positivas como a felicidade, os talentos, o saudável relacionamento social com os pares ou o incentivo/promoção do desenvolvimento dos interesses e pontos fortes individuais são essenciais para a construção de uma personalidade positiva e para o desenvolvimento do seu potencial, segurança e bem-estar.
A parentalidade positiva parte do pressuposto de que ao gerar um filho e, ao mesmo tempo que mãe e pai se preparam para o nascimento, também se devem preparar para a parentalidade. Define-se como um “comportamento parental baseado no melhor interesse da criança e que assegura a satisfação das principais necessidades das crianças e a sua capacitação, sem violência, proporcionando-lhe o reconhecimento e a orientação necessários, o que implica a fixação de limites ao seu comportamento, para possibilitar o seu pleno desenvolvimento”. Por outras palavras, a Parentalidade Positiva pretende criar as condições (necessárias, suficientes, óptimas) para que as crianças possam desenvolver as suas capacidades de forma o mais completa possível, tanto dentro, como fora da família.
Sir Richard Branson disse sabiamente que quando somos pais “deixamos de ser a imagem e passamos a ser a moldura”. Não porque tenhamos de ser pais perfeitos ou porque deixemos de importar. Pelo contrário. Devemos querer, a cada dia, ser a melhor versão de nós próprios. Para que possamos ensinar aos nossos filhos a serem a melhor versão de si próprios.
Não para nos agradar, para ter a nossa aprovação ou para impressionar os outros. Mas por eles próprios, para que, como seres independentes e livres que são, possam alcançar os seus sonhos e objectivos – presentes e futuros – com integridade, valores, sabendo distinguir o certo do errado, o que querem e o que não querem. Essencialmente com a confiança e a segurança de que serão capazes. Porque nós lhes ensinámos isso com o nosso exemplo. E quanto mais cedo começarmos, melhor.
É fácil deixarmo-nos levar pela rotina dos dias. E acomodarmo-nos ao que existe. Tantas vezes, sem querer. Tantas outras sem sequer darmos por isso. Simplesmente deixamo-nos levar e quando damos por nós, passaram meses, anos. E sem querer, vemo-nos parados no meio de um trilho poeirento. Olhamos para trás para tentar descortinar onde foi que tudo começou, onde foi que nós ficámos, onde foi que ficou a pessoa que éramos quando vimos o rosto do nosso bebé pela primeira vez, como nos tornámos as pessoas que somos hoje, os pais e as mães que somos hoje.
A educação parental não pode basear- se no controle de comportamentos, mas sim na compreensão das emoções que os explicam. A Educação Positiva tem consequências abrangentes, formadoras e permanentes. Isto porque forma e desenvolve recursos intelectuais que irão ser utilizados posteriormente pela criança. Nos primeiros anos de vida o desenvolvimento social, cognitivo e físico é determinante sendo naturalmente exponenciado pelas brincadeiras naturais e pela boa disposição presente nas crianças.
As emoções positivas facilitam actividades de exploração, que por sua vez, permitem um maior domínio, e este, o desenvolvimento de novas emoções positivas. Outro aspecto importante na relação precoce com os filhos é olhar as emoções positivas tão seriamente como as negativas e, as suas forças, de forma tão atenta quanto as fraquezas. Nos primeiros anos de vida a principal tarefa da Educação Positiva é desenvolver e educar para as Emoções Positivas.
Em síntese, são três os princípios básicos na Educação Parental: Emoções positivas desenvolvem fortes características individuais; emoções positivas geram emoções positivas e conhecer o seu filho significa identificar as suas forças, tão bem quanto as suas fraquezas. Educar o nossos filhos para o optimismo, vai-nos permitir viver com mais felicidade e bem- estar e co-construir uma geração mais confiante, sorridente e positiva.